Conto Nublar #105: PLANTANDO NAS NUVENS

Conto Nublar #105

FESTIVAL DE BONSAI PLANTANDO NAS NUVENS

(Preâmbulo)

Estava mui pensativo em meu jardim. Contemplava, ao redor, a relva verdejante crescendo viçosa com a chegada das benfazejas chuvas de verão, na verdade primaveris, pois no cerrado elas chegam bem mais cedo que nas outras regiões. Buscava um meio de otimizar as palavras, falar menos dizendo mais, pois, ser prolixo, ninguém merece.

Tudo tem seu tempo certo. Há poucos dias, saboreávamos laranjas-limas, de uma doçura sem par, além da acidez zero. Nesse tempo, eram fartas os limões-tangerinas e os aproveitamos bastante em batidas de mastruço com leite. Dão sempre um toque especial a desbancar os saborosos iogurtes. Findas estas, foi a vez das pitangas e jambo-do-cerrado. As pitangas têm um sabor especial, principalmente se sua coloração arroxeada estiver bem aparente. Já os jambos-do-cerrado, estes têm um sabor doce e seco, bem sui generis. O esquisito leve odor de lavando o torna inconfundível. Os lima-limões (limão Haiti), estes têm safra contínua. O segredo é colher e colher. Assim, florescem e produzem frutos sem parar.

Passado o ciclo dessas frutas, entro na copa das jabuticabeiras e, enquanto medito explorando produtivamente o meu ócio, vou colhendo e comendo jabuticabas. Que delícia! Falo baixinho à Jabuticabeira: _ “Muito obrigado, Plínia Caulifrora! Você caprichou na produção. Cada jabuticaba mais gostosa do que as outras. Grato, Senhor por tantas bênçãos!” _ Dou-lhe um beijo singelo em suas folhas que me tocam os ombros, enquanto lhe parabenizo.

Sento num dos bancos do jardim. A lua reina brilhante e sombria bem no zênite. Admirando a beleza selênica, vou pensando em como me expressar mais com menos palavras. Deveria utilizar de palavras de macrossignificado. Frases curtas, de efeito que possam expressar muito além de sua simples escritura. Que tal uma poesia nesses formato? Olho para minha direita, bem ali, ladeada pelas margaridas e girassóis, uma microfloresta de bonsais. _ “Eureca!”, grito eufórico. É isso que tanto busco!”

Uma poesia que expresse algo grandioso em poucas palavras ou versos. Como um bonsai, embora tão pequeno, conserva todas as características de seu exemplar normal equivalente. Isso! É isso! Assim, nasce o Bonsai. Um título, um dístico e um monóstico. O título pode ser tirado do próprio bonsai, ou macro expressar o cerne desta poesia. Pode ser livre, sequenciando a ideia que expressa através dos versos subsequentes culminando no monóstico em fecho de ouro. A métrica segue no esquema [5,7,10]. Rimas livres, podendo rimar ou não, a gosto do poeta. Agora é só compartilhar com os amigos e nos reunirmos num intercâmbio de letras.

_ Já sei! Vou convidá-los para um encontro de puro lirismo em Onirópolis. Vou enviar um convite a cada poeta, extensivo a meu amigos das letras. É isso!

CONVITE

Temos a grata honra de lhe convidar para o grande FESTIVAL LITERÁRIO DE BONSAI, apresentação e lançamento deste estilo, na data, hora e local a seguir.

Data/Hora: 6/12/2014, às 18h 00min, fuso-horário Brasília-DF.

Local: PRAÇA DOS POETAS E ESCRITORES

Central Parque

Oniróplois – JB

Aproveitaremos a magia da Lua Cheia para fazermos dessa, uma noite inesquecível. Estaremos festejando nossa vitória, plantando Bonsai em alto estilo. Venha também plantar os seus.

Até lá!

Od L Aremse M Peterson