Nostalgia Infanctícia
Como era bom temer somente a Cuca, aliás, a Cuca era um cara que passava sempre aos sábados em um daqueles antigos trenzinhos na rua onde eu morava pior ainda a Cuca paquerava a minha tia, por isso parava lá em casa sempre fantasiado o que me obrigava há passar várias horas escondido no quarto.
Não se engane eu também sou corajoso e aventureiro, mas não existe um Sítio do Pica-pau Amarelo para cada brasileiro, sendo assim, eu pequenino tinha minhas aventuras de Pedrinho roubando frutas nos quintais dos vizinhos.
Com meu cérebro de Visconde de Sabugosa e físico de Marquês de Rabicó na escola detonava nas provas, já na educação física era sempre goleiro, ocupar mais espaço no gol para o time era melhor.
Vejo a Tia Nastácia e lembro-me de minha mãe querida, suas mãos boas nas receitas sempre a mantém na cozinha, trabalhando para uma dessas Donas Bentas da vida real, tipo Ana Maria Braga que ganha homenagem nos livros de receitas, porém não põe a mão na panela, nem alho e muito menos no sal.
Meu pai além do físico tem o jeitão muito parecido com o Tio Barnabé, pois com seus conselhos me ensinou a ser uma pessoa de bem.
E meu irmão, este igualmente malandro como o Saci, a diferença é que meu irmão possui duas pernas, e suas traquinagens faziam e ainda fazem muita gente arrancar os cabelos até ficar careca.
Minha irmã como a Narizinho é igualmente encantadora e linda, mas com uma personalidade forte o que a torna muito mais parecida com a Emília.
Meu irmão caçula parece ter vindo do Reino das Águas Claras por ser tão formal e com o gosto por coisas clássicas.
Agora o encontro da fantasia com o mundo real é onde moro sim senhor. Por que Sarzedo pode ter sido urbanizada, porém carrega todos os trejeitos de cidade do interior.
O universo lúdico dos Saraus e todos os pensamentos neles expressos com certeza influenciariam Monteiro Lobato a compor e muito a já incrível saga de todas as personagens que conhecemos no Sítio do Pica-pau Amarelo.
BIM