Para me salvar, ou me destruir.

Sucedem-se dias de calor, de tédio, de angústia e de saudade.

tudo misturado, como acordes em uma música... triste mas harmoniosa.

O cansaço já aperta. Um homem não aguenta esse tipo de coisa por muito tempo. Uma hora explode ou se perde de uma vez.

Eu ando pelo quarto pensando na minha última mulher. Encosto-me na janela e olho para a cama onde ela costumava ficar estendida cochilando com o ventilador em cima de si.

Bukowski uma vez disse.

“Há sempre uma mulher para salvar você de outra. E assim que ela o salva, está pronta para destruí-lo”

Me pergunto se ela está tentando me salvar ou me destruir desta vez.

os dias vão se repetindo enquanto espero que ela bata na porta da minha casa e me diga que está pronta pra ‘nós dois’. Pra tudo de bom e ruim que vier pela frente.

Mas ela tem o costume de seguir pelo caminho mais fácil sempre... E temo que nada comigo seja lá muito fácil.

Culpa minha, talvez.

As vezes deixo de comer por vontade própria. Passo quase o dia inteiro sem mastigar nada.

Faço isso pelo desconforto. O incômodo de sentir fome me distrai do incômodo de sentir sua falta.

As vezes fico encarando a porta e o celular... esperando que uma batida ou um toque venham definitivamente me salvar,

ou me destruir.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 24/11/2014
Reeditado em 24/11/2014
Código do texto: T5047106
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