De grão em grão [54]
Todos os dias quando levanto, preciso de três coisas para me sentir completamente desperto: um banho morno, um café quente e um Gongyo vibrante.
O banho matinal estimula a circulação sanguínea, lava até a alma, tira toda a nhaca. A água nos põe em contato direto com a natureza e possui muitas propriedades benéficas. Mesmo em outros momentos do dia, o banho alivia boa parte da canseira física.
Quem me ensinou o paladar do café foi minha mãe. Até minha adolescência, eu não gostava de café. Aí ela disse que café desperta e dá energia. Acreditei nela, como sempre. E como sempre, não me arrependi.
Bem recentemente ela disse que o certo é apreciar o café sem adoçá-lo. Senti um amargor só de ouvir. Percebendo, ela disse: toma cinco vezes achando ruim que depois disso você acostuma e não consegue mais tomar café doce. Experimentei obedientemente. E novamente, só me arrependi de não ter feito antes!
Minha manhã só inicia bem ao recitar um sonoro Gongyo, a prática diária do budismo composta por uma liturgia e um mantra – o “Nam-myoho-renge-kyo”. O Gongyo da manhã recarrega nossas baterias para enfrentar e vencer os desafios do dia.
O banho revigora o corpo, o café, a mente e o Gongyo, o espírito. Mas o café também dá disposição física e o Gongyo também ativa o corpo e a mente. Então os três juntos são a combinação perfeita para começar o dia com energia e disposição.