Rorschachesia 001: DÓI SÓ DE LEMBRAR

Observando uma nuvem, vejo diversos formatos que trazem à minha mente, fatos ocorridos em meu passado, recentemente ou mesmo uma ideia surgente momentaneamente. Talvez um carneiro dando uma marrada no traseiro de alguém. Daí você lembra de que em sua infância, passando férias com seus avós, foi perseguido por um carneiro ou cabrito e tal. Então você recria a história. Escolhe em tercetos + monóstico (3T1M).

Então temos o seguinte.

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DÓI SÓ DE LEMBRAR

Rorschachesia 001:

Hexassílabos

Um dia na fazenda

dos avós fui passar

boas férias. Só vendo!

Saímos a caçar...

Ah! Quantas aventuras!

Quis cabritos laçar.

A maior desventura...

Assanhar formigueiro...

Sentindo a cornadura.

Cabra-mãe vem correndo,

por trás, em fechadura

rendeu-me mor berreiro.

Mexe com quem 'tá queto!'

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(*) Lembre-se que a rima D é branca.

(**) Monope – com um olho só.

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Como compor Rorscharchesia

Teoria Literária #044

Rorscharchesia é um estilo literário criado pelo Poeta Bosco Esmeraldo em 07/09/2014.

Consiste em buscar sentido significativo em torno de si, de sua cultura sócio-familiar (background), através de conexões possíveis ao visualizar algum mosaico, borrões de trinta ou morfo, nuvens, sombras, manchas diversas, nódoas, sinais, rugas, cicatrizes, fragmentos, réstias, fotografias, folhas, etc.

É possível extrair “imagens” poéticas a partir de uma estrofe já escritam dando continuidade às demais, a partir das figuras ou entrelinhas das estrofes antecedentes.

Pode-se ainda fazer essas conexões em abstrações tais como visões, pensamentos, lembranças, qualquer coisa que lhe faça sentido ou não, mas que lhes traga à mente inspiração para uma nova poesia.

Embora apresente aqui um modelo padrão para a construção deste estilo poético, o Poeta tem a liberdade de criar sua Rorschachesia no formato atípico, não se prendendo às regras de métrica, embora seja desejável uma poesia metrificada e bem ritmada.

Evite-se pleonasmos, silabadas e solecismos, procurando manter a ortografia e a prosódia.

O nome deste estilo é uma homenagem ao Psiquiatra suíço Hermann Rorschach, desenvolvedor da técnica de avaliação psicológica pictórica, comumente denominada de “Teste do Borrão de Tinta”, “Teste Projetivo”, ou mais recentemente de “Método de Autoexpressão”.

Regras Básicas:

1. Quanto à estrofação admitem-se dois formatos:

a) 4 tercetos e um monóstico ou

b) 3 quartetos e um dístico.

2. Quanto à métrica:

a) Simétrica:

Admite-se contagem silábica em tetra, penta, hexa, enea (sete) e

decassílabos, sendo esta definida no primeiro verso permanecendo

até o último verso.

b) Assimétrica:

Versos livres, a gosto do poeta.

3. Quanto à rima utilizar as coincidentes conforme padrão logo abaixo. Pode-se fazer uso, sem abuso da aliteração* ou assonância** internamente aos versos, dando a ideia de eco:

a) Nos tercetos + monóstico:

ABA – BCB – CDC – ABC – D (D = verso branco).

b) Nos quartetos + dístico:

ABBA – CDDC – EFFE – ABCD – EF

4. Não se atemorize por regra essa ou aquela. Ela tem o intuito de nivelar todos os utilizadores do estilo, mantendo o padrão. Porém, na prática, vemos que não são difíceis quanto se parece à primeira vista. Ouse tentar fazer, pelo menos, um e verá que é tão fácil quanto partir um queijo com uma faca afiada.

Exemplo 1:

Observando uma nuvem, vejo diversos formatos que trazem à minha mente, fatos ocorridos em meu passado, recentemente ou mesmo uma ideia surgente momentaneamente. Talvez um carneiro dando uma marrada no traseiro de alguém. Daí você lembra de que em sua infância, passando férias com seus avós, foi perseguido por um carneiro ou cabrito e tal. Então você recria a história. Escolhe em tercetos + monóstico (3T1M).

Então temos o seguinte.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 07/09/2014
Reeditado em 08/09/2014
Código do texto: T4953063
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