De grão em grão [50]

“E se não houver resposta, respondido estará.

O silêncio às vezes grita, para quem sabe ouvi-lo...”

(Zhane Kastro)

Um silêncio pode dizer muito. Responde bastante coisa. Dá a liberdade para se chegar à conclusão que qualquer cabeça paranoica quiser. Não é como as barulhentas balbúrdias produzidas por bocas surdas, que obrigam os ouvidos alheios a se submeterem à incômoda poluição sonora.

Às vezes, o silêncio é “sim”. Quando “quem cala consente”. Mas muitas outras vezes, o silêncio é “não”. Quando perguntamos e não ouvimos nada. Pode ser porque a resposta já estava ali diante de nós, e sempre esteve, silenciosamente.

O silêncio ininterrupto ensurdece e ensandece. Alucina, ludibria. Por permitir qualquer pensamento, produz um círculo vicioso de esclarecimento tendencioso e confusão evidente.

Xiiiiu, silêncio! Já é tarde. Pense o que quiser. Pergunte o que desejar. E sua imaginação seguramente será capaz de lhe responder da forma mais conveniente e desconcertante.

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 05/09/2014
Código do texto: T4950487
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