De grão em grão [50]
“E se não houver resposta, respondido estará.
O silêncio às vezes grita, para quem sabe ouvi-lo...”
(Zhane Kastro)
Um silêncio pode dizer muito. Responde bastante coisa. Dá a liberdade para se chegar à conclusão que qualquer cabeça paranoica quiser. Não é como as barulhentas balbúrdias produzidas por bocas surdas, que obrigam os ouvidos alheios a se submeterem à incômoda poluição sonora.
Às vezes, o silêncio é “sim”. Quando “quem cala consente”. Mas muitas outras vezes, o silêncio é “não”. Quando perguntamos e não ouvimos nada. Pode ser porque a resposta já estava ali diante de nós, e sempre esteve, silenciosamente.
O silêncio ininterrupto ensurdece e ensandece. Alucina, ludibria. Por permitir qualquer pensamento, produz um círculo vicioso de esclarecimento tendencioso e confusão evidente.
Xiiiiu, silêncio! Já é tarde. Pense o que quiser. Pergunte o que desejar. E sua imaginação seguramente será capaz de lhe responder da forma mais conveniente e desconcertante.