De grão em grão [48]
Existem dias eternos. Aqueles que nunca mais esqueceremos. Lembramos os detalhes, revivemos praticamente todos os outros dias. Momentos importantes da nossa vida.
E há também aqueles dias eternos por não terminarem nunca. Dias chatos, ruins, tristes, insuportáveis, que as horas não passam. Aqueles que quando acabam, agradecemos por nunca mais voltarem.
Dias.
Nossa vida é fracionada em dias. E na vida acontece igualzinho ao tempo: chuvoso, nublado, ensolarado, frio, calor, escuro, esquisito... Não há um único dia igual ao outro.
E todos passam. Rápida ou interminavelmente, mas passam.
Mesmo nas épocas ruins, só nos resta a opção de viver um dia após o outro. Acordar a cada manhã com o ânimo de um novo dia.
E nas épocas boas, é preciso aproveitar bem os dias. Construir lembranças. Deixar marcas. Permitir que nos marquem.
O “dia” não é só a parte ensolarada das 24 horas. Um dia dura uma volta inteira da Terra em torno de si. Todos dias e num mesmo dia, há sempre iluminação e escuridão.