sem título
(perdi-me no nascido outrora
oculto, marcada no arfado de palavra)
estava
rubra de raiva
porque diante do que não sou
ou prestes
me confundo e me estranho
de soslaio.
estou
diante da janela que se é
a cada dia mais longe,
e eu não me canso de te falar
que procuro ser
só mais 1´arranhacéu
de vagalume.
este afundamento em versos
não garante
que a guerra se desfaça
na murada de nós
ou que o medo se apazigue
nas letras fugidias
à beira do sem sentido
quaselindo e
abismal
de nossa vida de invenções benditas.
não é teu corpo à frente da janela
tampouco o nublado do dia me adianta o azul de amanha
é apenas mais um transe barato meu
de que o silencio que grita de cada palavra
vai perecer mais uma vez.
então desdito o haver escrito
porque meus anos
embalam o sonho
já arrefecido
de ter voltado a dançar
tão timidamente.
mas como sem dança não vivo
deixo que o cansaço me embale
novo ritmo.
sem a invasão de mais palavras de amor
sou-me inapta.