De grão em grão [46]
Muitas vezes comemos, não por fome, mas por ansiedade. Sim, a ansiedade de comer produz fome, apetite, insaciedade. É por isso que é tão difícil emagrecer. Porque há um descontrole, uma distância grande entre a necessidade de comida e a vontade de comer.
Matematicamente, todo mundo sabe que para emagrecer é preciso ingerir menos do que se consome. Ou consumir mais do que se come. Outro dilema. Porque não é a quantidade que vale mais neste caso, mas a qualidade e a frequência.
À “qualidade” me refiro à composição do alimento: seus nutrientes, calorias etc. Não adianta comer pouco mas apenas alimentos muito calóricos. Ou comer muito do mesmo. É preciso balancear.
Além disso, já se provou que a “frequência” com que se come também é importante para o organismo funcionar bem e também manter o peso adequado: é preciso comer de três em três horas, pelo menos.
Mas acabei mudando completamente de assunto, porque não queria abordar o indigesto tema da dieta, mas a recorrente questão da ansiedade. Já concluí em outra ocasião que “ansiedade” é a “ânsia que passe”. E comemos para produzir exatamente esse efeito: passar comida, passar o tempo, tentar passar a vontade, fazer tudo passar para acabar logo o sentimento incômodo.