O bigode

Vivo olhando o relógio,

consultando o calendário.

brigando com o tempo e com o mundo.

Me embriagando de noite

para esquecer do dia,

e me arrastando,

me corroendo...

procurando uma forma verbal de exprimir a amargura

que é 'não ter você', não ser seu.... não ouvir sua voz.

procurando 'não sentir falta'... ou saudades das coisas

sejam boas ou ruins...

Saudades de brigar sem motivo, ou me deitar no seu colo,

Saudades de poder te chamar pelo apelido... ou sentir raiva por estar errado e não conseguir te dizer...

Por orgulho... por costume...

Fico sem saber, se você ainda me ama... ou só se importa... um pouco.

Por isso me calei,

e apaguei tuas fotos e mensagens.

joguei fora meus lençóis, com teus cabelos,

e a camisa, com teu cheiro impregnado

como se fizesse parte dela.

Mudei até de casa,

e deixei crescer um bigode,

que sinceramente, nem faz o meu estilo

pra ver se mudando um pouco a minha cara

eu pudesse me tornar uma pessoa diferente

e te esquecer um pouquinho a cada dia.

Hoje... sinto falta da casa, das fotos, das mensagens, dos lençóis, da camisa e sobretudo das lembranças...

Infelizmente, o bigode não deu jeito.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 15/08/2014
Reeditado em 15/08/2014
Código do texto: T4924344
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.