O bigode
Vivo olhando o relógio,
consultando o calendário.
brigando com o tempo e com o mundo.
Me embriagando de noite
para esquecer do dia,
e me arrastando,
me corroendo...
procurando uma forma verbal de exprimir a amargura
que é 'não ter você', não ser seu.... não ouvir sua voz.
procurando 'não sentir falta'... ou saudades das coisas
sejam boas ou ruins...
Saudades de brigar sem motivo, ou me deitar no seu colo,
Saudades de poder te chamar pelo apelido... ou sentir raiva por estar errado e não conseguir te dizer...
Por orgulho... por costume...
Fico sem saber, se você ainda me ama... ou só se importa... um pouco.
Por isso me calei,
e apaguei tuas fotos e mensagens.
joguei fora meus lençóis, com teus cabelos,
e a camisa, com teu cheiro impregnado
como se fizesse parte dela.
Mudei até de casa,
e deixei crescer um bigode,
que sinceramente, nem faz o meu estilo
pra ver se mudando um pouco a minha cara
eu pudesse me tornar uma pessoa diferente
e te esquecer um pouquinho a cada dia.
Hoje... sinto falta da casa, das fotos, das mensagens, dos lençóis, da camisa e sobretudo das lembranças...
Infelizmente, o bigode não deu jeito.