De grão em grão [35]

“A depressão é a inabilidade de construir o futuro.”

(Steven Soderbergh, no filme “Terapia de risco”)

Gosto de dramas. Mas só nos filmes. Porque na nossa vida, os dramas são chamados dilemas. Coisas difíceis de resolver. Decisões que muitas vezes somos obrigados a tomar a contragosto. Situações em que não sabemos o que pesa mais entre o emaranhado de prós e contras.

Tem dilemas que a solução não depende só da gente. Ou que as nossas alternativas afetam outras pessoas, então não podemos decidir (irresponsavelmente ou a esmo) pensando só em nós próprios.

Há também situações que a gente precisa esperar o dia certo para agir, reagir ou decidir. E pra fazer esse tempo passar?

Nos filmes, é legal ver, assistir passivamente a como cada personagem se desenrolará do novelo da estória, se livrará do apuro, escapará da enroscada (ou emboscada).

A ficção nos dá ideias para depois usarmos nos nossos dramas pessoais. Ou então nos faz ficar indignados porque nós, no lugar deles, faríamos diferente. Jamais faríamos como eles.

Filme é para isso mesmo: provocar emoções. Dar ideias. Ter assunto. Dizer que já viu. Entender as piadas. Copiar. Criticar.

Todos nós interpretamos diariamente nosso próprio roteiro, seja ele um drama, suspense, comédia, romance ou terror. (Certamente haverá também cenas sensuais, mas dificilmente chegarão a ser pornograficamente explícitas.)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 09/08/2014
Reeditado em 09/08/2014
Código do texto: T4916089
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.