De grão em grão [33]
“O homem se inventa a si mesmo! O mundo do homem
não é apenas a realidade material. Ele não vive na
natureza, vive num mundo que ele inventou. O homem
não é um ser natural como outros animais: é um ser
cultural...(...) Nós vivemos na cidade, que foi inventada
por nós, construída por nós. (...) O homem inventou
o idioma, a linguagem com que se comunica e com que
se inventa e inventa seu mundo. Inventou os valores:
o Bem e o Mal, o certo e o errado, a arte, a virtude,
a justiça... Inventou até Deus!” (Ferreira Gullar)
Tudo é inventado. E adoramos invencionices! Assistimos a filmes inverossímeis, lemos estórias criadas. Algumas invenções revolucionaram o mundo (real) em que vivemos.
Passeamos, distraímos, nos divertimos, viajamos para fugir um pouco da nossa realidade diária. Talvez porque ela seja dura demais. Sonhamos com coisas que sabemos ser impossíveis. E nessa teimosia, acabamos por conseguir concretizar feitos que pareciam inatingíveis.
É incrível o nosso poder de criação. Chegamos até mesmo a projetar nas pessoas aquilo que elas não são. Afinal, enxergamos (as pessoas, o nosso redor) aquilo que somos.
Li uma frase que dizia que o grande problema de gostar muito de alguém é que inventamos qualidades que a pessoa não tem. Fato.
E desde pequenos somos educados, treinados, para criar mundos fantásticos. E a isto chamam de “imaginário infantil”, contos de fadas, estórias da carochinha. Isto para desenvolver a nossa criatividade, imaginação, inventividade. E continuamos fazendo assim mesmo depois de adultos.
Adoramos nos refugiar num mundo só nosso, numa galera chegada, num canto solitário ou num recanto dentro de nós. Adoramos inventar, criar atividade, criatividade!