De grão em grão [32]

“O sexo tanto pode ser sórdido como sublime.

Depende de como a gente o inventa. Mas, para

inventá-lo legal, é preciso que, antes, nós tenhamos

nos inventado legais. Quem se inventa sórdido

faz sexo sórdido; quem se inventa medíocre faz

sexo medíocre...” (Ferreira Gullar)

Não é possível! Encontrei um livro que diz tudo que eu sempre pensei e nunca havia lido ou ouvido. Inacreditável! Como é que eu não o havia escrito antes? É porque o autor nasceu primeiro, em 1930. Não quero ser indelicadamente pretensioso, é que concordo exatamente com tudo que ele disse! E da forma como descreveu!

Uma leitura reconfortante. Porque são ideias malucas, que eu nunca consegui elaborar bem para dizê-las ou, por alguma sensatez boba, nunca ousei comentá-las. Nem tentei. Talvez tivesse encontrado ouvidos concordantes.

Deve ser também um livro mágico, porque apesar de ter tudo que eu sempre pensei, tem também muitas surpresas!

De toda forma, tranquiliza saber que eu não sou o único louco que pensa as coisas escritas neste livro. E é a obra mais engraçada que eu já li. Um riso incontido irrompeu e interrompeu várias vezes a leitura, embora meus olhos quisessem mais e mais. Porém alerto: o senso de humor e de loucura são relativos.

O livro é “O homem como invenção de si mesmo”, de Ferreira Gullar.

[Na próxima postagem falarei mais sobre o conteúdo da obra.]

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 06/08/2014
Reeditado em 06/08/2014
Código do texto: T4911746
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