De grão em grão [31]
Vivemos um constante e eterno entra e sai. Entram e saem amigos, amores, calores, invernos, flores, espinhos. Entra o estrepe, sai com dor. Entra comida, sai digerida. Entra a faca, sai o corte. Nem tudo que entra sai igual. Tem coisa que fica, engorda. A maioria se transforma.
Tem muita coisa boa que entra e sai. Entra e sai. Entra e sai. Mais, mais, mais, entra, vai, vai... ahhhh...
E sempre queremos mais, uma insaciedade tão eterna quando o entra e sai da nossa vida. Claro que umas vezes o entra e sai sai melhores do que outras. Algumas vezes queremos mais, outras nem tão empolgantemente.
O fato é que não escapamos dos entra e sai. Precisamos desse processo pra viver. O fluxo sanguíneo é um entra e sai do coração, das artérias, veias, vasos. Entra arterial, sai venoso. O ar entra e sai dos pulmões, brônquios, alvéolos. Entra oxigênio, sai gás carbônico. A água circula até... como um veículo para muitas outras substâncias mais entrantes e saintes.
E nós também entramos e saímos de cada buraco... cada lugar que nos metemos e que nos metem! Às vezes porque queremos muito, outras “onde que eu fui me meter?!”.
São tantas as situações! Tudo é vai e vem! Os sentimentos e as vontades, por exemplo, vão por terem sido satisfeitas ou porque acabam mesmo. Os pensamentos e memórias ocorrem e se vão com o tempo. Alguns também ficam e vão conosco para sempre. Assim como as pessoas da nossa vida.
É muito vai-e-vem. E não dá pra evitar. Só dá pra ir, não como vier, mas conforme convier.