De grão em grão [29]
“Intermitentes reticências de um ser
que vive intensamente cada momento.
Um arcabouço de dualidades.
Às vezes refém de seu próprio coração.”
(F.A.T.)
Acho que nem Freud me explicaria. Embora eu concorde com muitas de suas ideias e teorias mirabolantes. Admito que sou um ser complexo, obtuso. Mas quem não é? Não entendo por que ainda tem gente que tenta me entender. Gente próxima, que gosta de mim.
“Eu não te entendo”, “você está sendo contraditório nos seus sentimentos e pensamentos”, “você é muito complexo” – já ouvi de amigos, de chefes, de pessoas amadas. Fazer o quê. Em algumas coisas, continuo tentando ser e fazer diferente. Em outras, é dar murro em ponta de faca. É mais feliz assumir a loucura, conviver com ela e não se incomodar quando alguém me achar diferente.
Há muito tempo parei de tentar classificar as pessoas, por padrões de comportamento ou cultura, por definições do horóscopo ou pelo que se espera de alguém que acredita nisso ou naquilo, que trabalha com isso ou aquilo, que tem tal idade, que é responsável por determinada situação, pessoa ou coisa. Tudo isso é estabelecer um pré-conceito.
As pessoas não se encaixam em forminhas pré-estabelecidas. Porque são únicas. Não foram feitas sob moldes rígidos e fixos, por mais que se tentem "condicioná-las". Ninguém vive só dentro de quadrados intransponíveis. Todo mundo é sim louco cada um a sua maneira.
Estou decidido a viver em paz, queiram as pessoas ou não. Em paz comigo mesmo e com o mundo.