SAUDADE DE MASSAPÊ _ "LUXSONS" III
SAUDADE DE MASSAPÊ
LUXSONS - III
Sinto em meu peito uma vontade imensa:
pisar o chão do meu torrão natal.
Matar, um pouco, esta saudade triste,
que me tortura, me deixando mal.
Rever as ruas, belas praças, minhas
lindas manhãs de um arrebol sem igual!
Rever a casa que me viu nascer,
falar do tempo, de lembranças doces…
E as velhas coisas, lá no seu silêncio,
em cada canto a me falar de amores:
A minha mãe, os meus irmãos, meu pai
e a minha tia... Só me deram flores.
Rever o rio onde molhei, um dia,
os pés cansados do cruel trilhar
na dura lida que assumi tão cedo,
ao ver a estrela no meu céu brilhar:
Luz do saber, nobre ideal brotou
tal vi a fonte do meu rio jorrar.
Oh! Terra amada, o quanto fazes falta!
No meu sonhar, tu sempre estás presente
como a mais bela das princesas belas,
brilhando ao doce adormecer do poente,
tendo o carinho do cantar da noite
e do astro-rei, sentindo o beijo ardente.
Este teu céu de eterno azul anil
reflete luz de maciez diáfana…
Tens por moldura serranias vivas
e carnaubais, tua riqueza máxima.
Abençoado foi teu chão possante
onde a semente ao ser lançada é válida.
Ó Terra minha, que saudade tua!
Se fecho os olhos, lembro mais ainda
da minha infância e adolescência, os dias...
Do teu luar, de uma pureza linda
que me falou de um grande amor, feliz,
e me deixou uma saudade infinda!
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Maria de Jesus Araújo Carvalho
Fortaleza, 25/07/2014