De grão em grão [18]
“Minha inspiração literária
é tal como a respiratória:
se acabar, morrerei asfixiado.”
(Hélio Fuchigami)
Escrever é para mim um exercício saudável e inevitável. Não me contenho mais. Não consigo silenciar as palavras que brotam espontaneamente dentro de mim e bradam em busca da liberdade.
Falo escrevendo e ouço refletindo. Porque o papel é meu amigo. Ele me ouve o quanto eu quiser falar. Não me interrompe, não discorda, não teima, não me julga. E posso ouvir a sua voz: as conclusões a que eu próprio chego.
Preciso escrever. Escrever com frequência. É preciso treinar. Tudo aquilo que a gente não usa atrofia. Não posso deixar a minha habilidade de escrever atrofiar. Como aprendi, não importa se os outros estão observando ou não, a gente precisa continuar se esforçando. A mesma coisa vale para a escrita. Não importa se as pessoas vão ler ou não, é preciso continuar escrevendo.
Escrever é um registro, são memórias, é uma forma de raciocinar, refletir, ponderar. Escrevendo, eu já concluí muitas coisas importantes. Por isso, preciso continuar escrevendo com frequência. Mesmo que sejam bobeiras, coisas sem importância ou simplesmente registrar o dia a dia. E nesse exercício, livre e despreocupado, acabarão surgindo coisas que prestem.