De grão em grão [17]

[Hoje não há epígrafe nem citação do Rubem Alves.]

Não, o Rubem Alves não morreu. Ele é eterno. Continua aqui brincando com o sentimento da gente. E é o único que “brinca com o nosso sentimento” nos alegrando. Ninguém brinca com o sentimento da gente produzindo só coisas boas, como ele.

Mas o homem simples em que morava o Rubem Alves mágico foi-se. Floriu como um ipê-amarelo e voou junto com as borboletas. Pelo nosso egoísmo, deixou-nos cedo. Pelo seu legado, percorreu uma jornada longa e extraordinária.

Muito mais que pedagogo, teólogo, psicanalista, educador e cronista, Rubem Alves foi um menino brincalhão a vida inteira. Brincou sobretudo com as palavras, mas também com os perigos das ideias revolucionárias e com os episódios que lhe forjaram nesses 80 anos que foi “desfazendo”. Ele dizia que a cada aniversário, não “fazia” anos, mas se desfazia de mais um que havia vivido, porque não sabia quantos ainda lhe restavam por fazer.

E fez muito. Fez admiradores fiéis e incansáveis (como eu). Fez história em memórias, matemática em pensamentos, química em emoções. Fez arte com a música e a poesia (sem ser músico nem poeta). Fez amigos e amantes... Fez-nos sorrir, rir, gargalhar... e chorar.

Não, Rubem Alves nunca morrerá. Impossível para mim. Mas do velho amigo que se tornava mais menino a cada dia, nos despedimos. Com lágrimas e saudades.

PROFESSOR RUBEM, OBRIGADO POR TANTAS LIÇÕES DE VIDA - LITERÁRIAS, EMOCIONAIS E PRÁTICAS! BOA VIAGEM!

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 20/07/2014
Reeditado em 20/07/2014
Código do texto: T4889487
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