De grão em grão [14]
Sempre desconfiei que quem cursa Psicologia é para, em primeiro lugar, entender melhor a si mesmo. Como se sabe, muitos problemas e desequilíbrios decorrem da falta de autoconhecimento. E quem se conhece, explora melhor as suas habilidades inatas, se desenvolve, vive com mais qualidade.
Gosto de Psicologia. Tenho até vontade de fazer a graduação na área. Talvez como hobby ou apenas como um instrumento para poder ajudar mais as pessoas. E, claro, ajudar a mim mesmo.
Uso a leitura como terapia. Lendo, me reconheço. E depois, escrevendo, elaboro conclusões importantes para ter clareza do aprendizado. As maiores lições são aquelas absorvidas por meio da identificação.
Estou apreciando “O carrasco do amor”, de Irvin Yalom, o mesmo autor do best-seller “Quando Nietzsche chorou”. São várias histórias de psicoterapia narradas pelo renomado psiquiatra-autor. Muito instrutivas, nos fazem refletir profundamente.
E aí, retomo (ou confirmo) a minha desconfiança inicial: a impressão que tenho é que no processo de psicoterapia, o profissional se reelabora junto com o paciente, não apenas profissionalmente, mas ele próprio (pessoalmente) também.