FOGO
Fogo tem cor, tem cheiro, tem som. Fogo tem tambor! É um espetáculo quente, digo que é ignição pura. Fogo proporciona ao corpo-expectador ser palha, ser calor e ser som de dor. Proporciona ao corpo-expectador experienciar a sensação de ser brasa e comungar do estado de combustão pura.
É fogo em fagulhas pelos ares do palco que se mexe (des)acomodando as diversas possibilidades de permanecer e rupturar o olhar.
Fogo tem fogo em todas as suas formas: na luz! Tem fogo sendo produzido ao pé da platéia e exalando quentura e tal sensação é lançada e chega até o expectador.... É o cigarro, é a vela, é a caixa de fósforos, é o calor de Teresina na década de 40 é a crítica sensível e desmedida sobre uma prática governista que tinha por objetivo a higienização da cidade.... Fogo tinha que ser produzida aqui em Teresina, nesta terra que expele calor em muitos graus. Portanto, torno público sem medo de parecer pretensiosa, que o referido espetáculo representa um marco divisor na história do teatro piauiense.
*Texto feito a pedido de Vitor Sampaio para o espetáculo Fogo!