De grão em grão [4]
Recebi de presente pelo correio um livro de lendas e visagens da cidade de uma grande amiga minha. Ela disse que era para que eu conhecesse um pouco da sua cidade e da sua região, um lugar onde eu nunca estive, mas tenho vontade de visitar.
Na dedicatória, ela escreveu: “Pensei em lhe dar esse livro para que você possa conhecer um pouquinho do que me levou a gostar tanto da leitura, pois foi através deste prazer que conheci seus textos e fui presenteada com a sua amizade. Todos os dias e noites, minha mãe narrava as lendas e visagens de sua cidade natal e isso despertou em mim o gosto pela leitura.” Ela de fato lê bastante, e é muito culta e esforçada.
Gostei dos contos, que a maioria eu não conhecia, claro. Na apresentação do livro, a autora faz uma afirmação maravilhosa: “Todos somos portadores do material rico e complexo de literatura oral, colhido inconscientemente na infância e guardado na lembrança. A importância da estória e histórias no cotidiano das crianças é inquestionável, pois após ouvir, criam, estimulam sua capacidade imaginária, desenvolvem o contato e a vivência com a linguagem oral e ampliam recursos que incluem o vocabulário, a musicalidade da própria fala.”
E aí, me lembrei também da época da minha infância, em que minha mãe contava muitas estorinhas... E de fato, eu também gosto muito de ler e adquiri este hábito muito cedo.
As palavras seguintes, ainda da autora do livro, são também profundas e emocionantes: “Escutar estórias é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo.”
Precisamos transmitir este hábito tão saudável a todas as crianças de todas as épocas!