Foram enterrados contigo os meus segredos.
Ficaram enterrados, em mim, todos os teus.
Enterrada em ti, está a minha inspiração, pois ela morreu no instante que os teus olhos se fecharam pela última vez.
Tu exalas o perfume de todos os versos que não escrevi, estrumando a terra que te recebeu.
Nesta mesma terra estão todas as prosas de nossos diálogos.
Estão todas as crenças que tínhamos e que me abandonaram ao partires.
Eu agora, sem ti, preciso me reinventar.
Eu agora, sem ti, preciso me acostumar.
Eu agora sem ti, preciso encontrar sentimentos perdidos pelos ares.
E quando eu me reinventar?
E quando eu me acostumar?
E quando os sentimentos pelos ares eu encontrar?
O que faço com tudo isso, sem ti para me amar?