GAMBIARREI E ME LASQUEI DE NOVO...


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Caro Paulo,

Vimos através do presente, gentilmente comunicar-lhe que o Recanto das Letras não poderá criar uma categoria experimental com o nome de "gambiarra poética".

Queremos deixar bem claro de que não estamos proibindo a publicação desses textos, porém, essa denominação tem conotação pejorativa e por isso não vemos com bons olhos a criação de um experimental com esse nome.

Os conteúdos poderão continuar sendo publicados na categoria geral de experimentais.

Agradecemos a compreensão,

Respeitosamente,

Administração do Recanto das Letras


Gambiarra poética número 06.

Alguém pode dizer, você fez, a gambiarra poética número 01,02,03,04 e 06. Í A 5, cadê? Eu respondo, Í A 5, não fiz. Essa me faz lembrar algo bem desagradável, por isso eu saltei ela. Ficando assim, 01,02,03,04, (?) e 06.

Gambiarra poética, é isso aí...
 

Não leia este texto, se não quiser ter pena de mim.
 
Tudo começou quando eu estava com apenas dez anos. Por já ser admirador das composições poéticas do papai, que deveras era um grande poeta, ele decorava tudo e recitava aos nossos ouvidos.

Então me despertou a vontade de ser também um poeta, mas não quando crescesse, e sim imediatamente.

Tomei uma atitude e escrevi a minha primeira poesia. Hora! Eu era apenas um menino de dez anos, que tema eu poderia usar para o meu primeiro poema? Surgiram diversos, eu optei pelo ser humano, esse ser fascinante que Deus criou, do qual eu faço parte, mas esse fazer parte, só se tornou possível, por conta de um descuido, ou proposito de Deus, que permitiu a descoberta de um tal pecado, enredei o meu texto com base no pecado, pecado do desejo sexual, desde a adolescência até a terceira idade, seria isso um absurdo? Talvez, há 45 anos atrás, muito simples para os dias de hoje, matéria educativa até.

Conhecendo o papai, eu sabia que se ele visse, não gostaria, sendo ele moralista como era, então eu escondi o caderno. É cruel para um poeta omitir os seus trabalhos depois de executados.

Pensando assim eu resolvi mostrar para um primo, que se interessou e eu lhe presenteei, ele esqueceu o papel no bolso, minha tia quando foi lavar a roupa, encontrou, entregou para a minha mãe que entregou para o meu pai, e foi aí que eu me lasquei, a primeira vez.

Papai me chamou de lado e passou o maior sermão, suas últimas palavras foram: "Poesia de tendência pejorativa, você já me viu escrever assim? Não vejo isso com bons olhos."

Eu só tinha dez anos, mas ali, naquele momento, encontrava-se um poeta derrotado, derrotado pela conduta imoral, pude perceber isso, no julgamento do meu pai.

Nem por isso deixei de admirar e respeitar o meu pai, pois ele acreditava está certo, e só estava me impondo regras, cuidando de mim, para que no futuro eu fosse obediente, a essas e outras que viriam.

Pois bem, eu só tinha dez anos, mas como dizem que "para cada ação existe uma reação" a minha reação foi a mesmo do avestruz, "enfiei a cabeça no buraco," e nunca mais me atrevi a escrever uma poesia.

Papai morreu com noventa e dois anos, o tempo passou e já com mais de cinquenta anos, através de um amigo eu descobri o RECANTO DAS LETRAS, esse lugar maravilhoso, que enche o ego de qualquer poeta, tenha ele, tido ou não, o seu talento atrofiado.

Aqui fui bem acolhido, fui agraciado com uma assinatura Gratuita, aqui fui tomando gosto pela coisa, compartilhando com os (as) colegas, escritores e poetas.

Confesso, que mais uma vez me empolguei, (e mudei a minha assinatura, de Gratuita para Premium, e agora já estou pensando em mudar para Site do Escritor) e aqui escrevi:

Acrósticos, Aldravias, Biografias, Contos, cordel, (como nordestino que sou, o cordel está para mim, como a água despoluída está para o peixe) Crônicas, Frases, Haikais, Infantil, Orações, Pensamentos, Poesias, Poetrix, Prosa poética e trovas.

Experimentais:
Ecosys, Medianeiro, Mindim, Oitava fechada, Poema Dalangola, Sextilha Real e Varano. (E até já defendi, aqui, colegas sendo criticadas por pessoas que tentaram depreciar com deboche suas criações, hoje podemos ver no topo dos experimentais, com o maior número de textos, graças ao grande talento e empenho de sua criadora.)

Sempre valorizei, também o novo, pois se nunca tivesse existido o novo, também não existiria o veterano, se não fossem os dissidentes, só existia um partido político, uma religião, uma colmeia, e assim por diante.

Mas uma vez me empolguei e me atrevi a criar um experimental, e com toda sinceridade que possa ter um poeta e toda inocência de uma criança de dez anos, eu ousei ao denominar de gambiarra poética, = Pop. Solução improvisada para solucionar um problema, paliativo diante de uma emergência, remendo. Dicionário online de português.

Era tudo o que eu mais temia, plagiar alguém.
Será que não pequei por humildade? Se invés de Gambiarra poética, eu tivesse botado, Genuína Filosofia Poética. Aposto que também não passava, nomes bonitos assim todos já usaram.

Mil desculpas pela incidência. Reconheço e dou a mão a palmatoria, vamos em frente.

Se é que eu entendi, só não vamos ter isso, como uma categoria, mas os textos podem ser publicados, em experimental, Geral. Menos mal.

Eu aderi, a essa legião de grandes poetas, não com o intuito de criar novas categorias, mas com um firme propósito de emplacar mais de meio século de ver, o nascer e o pôr do Sol.

Como dizem, "...obedece quem tem juízo." Eu acredito que, o que me falta de juízo, me sobra de obediência.

Aos administradores do recanto das letras, os meus sinceros agradecimentos, por poder fazer parte desta gigantesca vitrine, e também por me advertirem, para que assim eu não venha a ter esperanças ou futuras decepções.

Um abraço a todos, que são partes integrantes e colaboradores do que aqui se escreve, do que aqui se ler. Muito obrigado, pela paciência e tolerância.

Digamos que eu sou o: Paulo J.
Sem pretensão para Coelho.

 
PAULO JEZER
Enviado por PAULO JEZER em 03/05/2014
Reeditado em 03/05/2014
Código do texto: T4793123
Classificação de conteúdo: seguro
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