BATE PAPO NO CEMITÉRIO
(Gambiarra poética = 05)

Ambrózio, conhecido como o medroso, era de fato afamado como mentiroso, porém, tinha amigos que o consideravam, assim, o Juca o convidou para uma festinha no sábado a noite, teria apenas que levar uma garrafa de bebida, e lá vai o Ambrózio com a garrafa na mão, o silêncio só era interrompido, quando o vento soprava mais forte, nas palhas dos coqueiros que estavam dentro do cemitério, junto do muro, ao se aproximar da calçada, ouviu, já tem um lá fora, ele se apavorou e quando já corria, topou em uma pedra, quase caiu, e para não se ferir, jogou a garrafa fora, e seguiu em disparada, chegando na festa, Juca perguntou, onde está a bebida?, ele contou a história, mas ninguém acreditou, afinal ele mentia, foi então que juca gritou, Valente!, vamos lá conferir isso, caso seja mentira, ele não entra na festa, e lá foram ver, ao chegarem no cemitério, escutaram, um pra mim, outro pra tú, esse é meu e esse é teu, pronto aqui acabou, agora vamos pegar os outros dois lá fora, tem um na calçada e outro na rua, o maduro fazemos sabão, e o quase seco, serve para azeite, nisso os amigos juca e valente se olharam e disseram besta é quem vai esperar, e também correram, pegaram Ambrózio pelo braço, o colocaram na sala, fecharam as portas e deram permissão para ele usufruir da festa, mesmo sem a bebida, enquanto isso, Doroteu e Durval, sairam do cemitério, cada um com um saco de côco, pegaram os outros dois côcos que haviam caído do lado de fora, e também foram fazer a festa deles, indiferentes ao ocorrido, durante o tempo em que faziam a divisão dos côcos que haviam roubado.

Gambiarra poética, é uma modalidade criada pelo poeta Paulo Jeser, visite-o no RL, e faça também o seu. Obrigado.