DIASÍNCROFO XI
PLÁCIDO PENSAR
Beijo da Morte
PLÁCIDO PENSAR
Beijo da Morte
Acorrentado às tuas verdades mentirosas de licor, meu ser,
Tal áspide ao bote nefasto. Minha inocência, transviada;
Enlouquecida; envenenada; bebe a morte incontida!
Sempiterno o meu corpo em cadafalso exposto,
Ressecando-me à sorte de tuas palavras de lernas podridas.
Clamam por mim vorazes, as vozes funestas,
Das perniciosas entranhas de Hades!
Enclausurando-me em tonéis de eco defunto, de gritos nefrálgicos.
Enaltecendo minha sordidez, vaticinando o meu escárnio.
Enveredando minhas vontades ao inevitável sofrimento.
Por que formaste, ó, minha carne, em meus ossos?
Tanta inópia involucrada de desdém alheio,
Largam-me às traças do tempo mordaz; cáustico;
Infernizando os meus sentimentos. Esmagando o meu orgulho
A troco de palpáveis trevas densas... infeliz de minh' alma...
Meu cálice cálido destilando fel em minha ventura em grilhões,
Esmagada à moinho cínico: desventurando vida solitária...
minhas estradas ensanguentadas por teus lábios soníferos,
pronunciam as chagas dos dias vindouros agourados de infames
desejos diabólicos: algemando minha ingenuidade frívola.
Ando com pernas de injúrias sentenciadas à escuridão, açoitado pelo incólume algoz que apodrece a minha dor; calando minha sensação quiescente, manifestando minha via crucis infernal de turbilhão enlouquecedor. Presságio das minhas correntes perpétuas.
Clamo da sequidão dos enxofres atormentadores de almas réprobas pelos dias de prazeres flamejantes impregnados nas lembranças dizimadas; esquartejadas; renegadas na escassez do amor.
Condenado ao lago de fogo do teu apetecer balsâmico,
regurgito as tuas promessas verminosas; envolto a risos
debochados: beijo a tua boca de morte.
Cadavéricos passos rumo à cova dos sonhos gélidos, exaurindo o véu das minhas forças e entregue à mão do precipício "amigo". Meus passos naufragados no mar dos teus verbos asquerosos...
"Tu que, como uma punhalada, invadiste meu coração triste. Tu que, forte como manada de demônios, louca surgiste, para no espírito humilhado encontrar o leito ao ascendente. - Infame a que eu estou atado tal como o forçado à correntes, como a seu jogo o jogador, como à garrafa o beberrão, como aos vermes a podridão.
- Maldita sejas, como for! Implorei ao punhal veloz, dar-me a liberdade, um dia, disse após ao veneno atroz que me amparasse a covardia. Mas não! O veneno e o punhal disseram-me de ar zombeiro: "Ninguém te livrará, afinal, de teu maldito cativeiro. Ah! imbecil-de teu retiro, se te livrássemos um dia, teu beijo ressuscitaria o cadáver de teu vampiro!"
De Plácido a Baudelaire:
Beijo da Morte, "Vampiro".
Tal áspide ao bote nefasto. Minha inocência, transviada;
Enlouquecida; envenenada; bebe a morte incontida!
Sempiterno o meu corpo em cadafalso exposto,
Ressecando-me à sorte de tuas palavras de lernas podridas.
Clamam por mim vorazes, as vozes funestas,
Das perniciosas entranhas de Hades!
Enclausurando-me em tonéis de eco defunto, de gritos nefrálgicos.
Enaltecendo minha sordidez, vaticinando o meu escárnio.
Enveredando minhas vontades ao inevitável sofrimento.
Por que formaste, ó, minha carne, em meus ossos?
Tanta inópia involucrada de desdém alheio,
Largam-me às traças do tempo mordaz; cáustico;
Infernizando os meus sentimentos. Esmagando o meu orgulho
A troco de palpáveis trevas densas... infeliz de minh' alma...
Meu cálice cálido destilando fel em minha ventura em grilhões,
Esmagada à moinho cínico: desventurando vida solitária...
minhas estradas ensanguentadas por teus lábios soníferos,
pronunciam as chagas dos dias vindouros agourados de infames
desejos diabólicos: algemando minha ingenuidade frívola.
Ando com pernas de injúrias sentenciadas à escuridão, açoitado pelo incólume algoz que apodrece a minha dor; calando minha sensação quiescente, manifestando minha via crucis infernal de turbilhão enlouquecedor. Presságio das minhas correntes perpétuas.
Clamo da sequidão dos enxofres atormentadores de almas réprobas pelos dias de prazeres flamejantes impregnados nas lembranças dizimadas; esquartejadas; renegadas na escassez do amor.
Condenado ao lago de fogo do teu apetecer balsâmico,
regurgito as tuas promessas verminosas; envolto a risos
debochados: beijo a tua boca de morte.
Cadavéricos passos rumo à cova dos sonhos gélidos, exaurindo o véu das minhas forças e entregue à mão do precipício "amigo". Meus passos naufragados no mar dos teus verbos asquerosos...
"Tu que, como uma punhalada, invadiste meu coração triste. Tu que, forte como manada de demônios, louca surgiste, para no espírito humilhado encontrar o leito ao ascendente. - Infame a que eu estou atado tal como o forçado à correntes, como a seu jogo o jogador, como à garrafa o beberrão, como aos vermes a podridão.
- Maldita sejas, como for! Implorei ao punhal veloz, dar-me a liberdade, um dia, disse após ao veneno atroz que me amparasse a covardia. Mas não! O veneno e o punhal disseram-me de ar zombeiro: "Ninguém te livrará, afinal, de teu maldito cativeiro. Ah! imbecil-de teu retiro, se te livrássemos um dia, teu beijo ressuscitaria o cadáver de teu vampiro!"
De Plácido a Baudelaire:
Beijo da Morte, "Vampiro".