A Morte Demora uma Vida Inteira
As mesmas histórias se passam todos os dias.
Alegrias e dores se alternam na cidade.
A vitória de uns é de outros tristeza.
Passam-se horas intensas e frias.
Momentos de prazer. Medo. E vaidade.
Nos corações se dividem inocência e vilaneza.
E nossos passos? Pra onde vão?
Vão pra baixo da terra?
Vão pros corações de todos os homens?
Na cabeça passam dúvidas enormes.
Nem com os dias se encerram.
E assim seguimos, ora doentes e sãos...
Passa-se o som. Passa a barreira.
Passam as uvas e passam os rios.
O tempo vai dando passagem à vida.
Só não passam esses nossos vazios...
Não passam na mente as vozes doridas.
E a morte demora uma vida inteira...
(Poema baseado na ideia da Literatura Sensorial, abordada anteriormente em Teoria Literária).