A Morte Demora uma Vida Inteira

As mesmas histórias se passam todos os dias.

Alegrias e dores se alternam na cidade.

A vitória de uns é de outros tristeza.

Passam-se horas intensas e frias.

Momentos de prazer. Medo. E vaidade.

Nos corações se dividem inocência e vilaneza.

E nossos passos? Pra onde vão?

Vão pra baixo da terra?

Vão pros corações de todos os homens?

Na cabeça passam dúvidas enormes.

Nem com os dias se encerram.

E assim seguimos, ora doentes e sãos...

Passa-se o som. Passa a barreira.

Passam as uvas e passam os rios.

O tempo vai dando passagem à vida.

Só não passam esses nossos vazios...

Não passam na mente as vozes doridas.

E a morte demora uma vida inteira...

(Poema baseado na ideia da Literatura Sensorial, abordada anteriormente em Teoria Literária).

Ronaldo Thomé
Enviado por Ronaldo Thomé em 04/01/2014
Código do texto: T4636444
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