Extrato Pó Ético #097: SEM MARGENS, SEM LIMITES
SEM MARGENS, SEM LIMITES
Extrato Pó Ético #097
Um olho-d'água assim discreto,
Tênue, singelo, domável,
Nascendo puro, saudável,
Busca fluir, leito reto,
Chegar ao mar, seu decreto.
Vivo rio, em vida envida.
Não limita ou delimita.
Sem ter margens, desce,
Seu leito corre, percorre
Gera vida, e irriga
Seca foge, instiga.
E ao redor enverdece.
A troco, o progresso
Chega em profusão
Contrário ao pregresso,
aduz poluição.
Infeliz ingresso.
Fatal morte compulsória!
Paga-se crédito o sujo
A quem não polui. Que falso!
Faz da vida cadafalso,
Mata peixe, caramujo.
Que sustentável ilusório!
Pagam-se, poluem. Concluem...
Preservação, ponto-falso.