A Música
Oh, Música! Que enche meu lar! Que enche minha casa! Que se espalha. Vagar. Vagas. Vagarosa. Ondas. Como no mar. Alto. O mar do som. A se espalhar.
Oh, Música! Senhora das sensações! Rainha dos momentos. Eternizada no tempo. Está no pensamento. Está na ação. Está no sonho. Nas ruas. Em tudo que se vê.
Oh, Canção! Eu quero uma canção. Um som. Alegre! Violinos! Violas! Violoncelos! Contrabaixos! Metais! Madeiras! Cordas! Oh! Coralistas! Entoai a mais bela melodia.
Oh, Pauta! Linhas? Bolinhas? NÃO! Antes os segredos da melodia. Harmonia. Recital. Linda desordem. Ordena-se. Organiza-se. Completa-se.
Oh, Ares! Oh, Céus! Cessai. Por um momento. Breve. Rápido. Único. O último? Derradeiro? Talvez. Pode ser.
Oh, Noite! Deixai os temores! Deixai os rumores! Deixai o escuro. As sombras. Enclarecei. Como o sol. Como o tremer. Das mãos.
Oh, madrugada! Proibidos! Secretos! Oh, mistérios! Cessai! Vibra a melodia mais linda! Parem. Ouçam. Encantem-se!
Oh, homens! Oh, mulheres! Parem. Parai. Um minuto. Um momento. Ouçam o pensamento. Ouçam ao vento! Sim! O Vento!
Oh, crianças! Saí às janelas. Puxem os adultos! Os Avós! Os pais. Mães. Tios. Tias. Vizinhos! Abram as portas! Dos apartamentos! Das casas. Lojas. Quartos. Barracas. Armem um barraco!
Confusão? NÃO! Antes... Alegria! Felicidade. Saber. Devida. De vida. Da vida. Para a vida. Pela vida.
Oh, todos os homens e mulheres desse mundo cansado! Surrado! Dolorido! Batido! Saiam às janelas. Subi aos telhados. Abram as portas.
Oh, todos! Preparem-se! Aprontem-se! Tragam suas melhores roupas! Casacos! Ternos! Gravatas! Sandálias! Gravai nas mentes! Nos celulares! MPTudo quanto é coisas!
Cessem todos os afazeres! Trabalhos! Estresses! Pragas! Brigas! Guerras! Cessem todas as mortes! Suicídios! Genocídios!
Oh, Música! Guardiã da Noite! Seja a nossa canção. Una-nos! Ame-nos! Mostra-nos o caminho. A verdade. A paz. A união. O amor. Que toda música se junte. Que penetre nossos corações. Mentes. Espíritos. Almas.
Que cada violino nos traga paz. Que cada flauta nos apaixone. Que cada trombone nos traga mais. Mais que esse mundo. Mais que essa falsa vida. Mais que essa realidade. Mais que esse mundo. Estresse. Dor. Paredes de bolor. Bolor de rancores.
Vamos! Música! Em seus maiores tons! Vamos! Violões! Eia! Pianos! Solem! Sustentem! Reverberem! Desçam! Do salto! Saiam! Do tom! Da escala. Cromatizem! Que o cromo se cristalize. Na alma!
Oh, Música! Que sai do meu rádio. Das caixas de som. Das ondas. Do ar. Que ganhe as ruas! As casas! Apartamentos! Que venha como o ladrão. Na noite. Na escuridão. Muda ao mundo. Mudo. Sem percebermos.
Oh! Que toda canção... Que todo som... Que cada balada... Que cada instrumento... Em cada lugar... Que seja união. Carinho. Mensageiro. Do amor. E de um mundo. Novo. E de um eu novo.
E que eu... E que você... E que nós... Sejamos a Música.
(Crônica que segue a ideia já abordada como Literatura Sensorial, a qual falei anteriormente em Teoria Literária - ainda em evolução)