Extrato Pó Ético #041: ENLUTADO PASSAREDO

ENLUTADO PASSAREDO

Extrato Pó Ético #041

Hoje, ao acordar, estranhei,

tudo claro, o sol levante,

um silêncio tão gritante,

em suspense adjuvante.

_ “Que terá sido?” _ pensei.

Mui curioso e angustioso

a perscrutar, detectar.

Saí procurando

tintim por tintim,

busquei em cada canto.

Qual foi meu espanto,

ao ver lastimando.

_ Que triste Rolinha!

_ Ah, Fogo-pagou!

Pranteava a Andorinha

seu triste langor:

_ Morreu, coitadinha.

E ali, solidariamente,

triste, ao redor, sobre a grama,

num canto do muro, jazia

por volta do meio-dia,

Rolinha morta, que drama!

Passaredo tristemente

chora com ardor sua dor.

Disto veio-me esta poesia!

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Hoje cedo, realmente, o passaredo não cantou ao arrebol e até estranhei. Volteando pelo jardim pude ver alguns passarinhos em redor dessa pobre rolinha fogo-pagou que provavelmente morreu ao se chocar com o muro.

Ao ver-me aproximando, se assustaram e levantaram voo.

Depois do meio dia por varias vezes ouvi um canto sincopado a dizer apenas: _ "Te vi! Te vi! Te vi!" _ Depois de algum tempo, ele cantou normalmente: _ "Bem te vi! Bem te vi!"

Fiquei a pensar se aquele não seria um canto de luto em soluço.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 11/10/2013
Reeditado em 13/10/2013
Código do texto: T4520850
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