Último respirar na Síria


O silêncio dos túmulos incomoda aqueles que desesperadamente ainda gritam, porém não há ar em seus pulmões, nem suas cordas vocais funcionam. Só pálidas lembranças das cores do mundo lá fora ainda aparecem em sua mente em decomposição. Há insetos ali, eles são a única companhia dos soterrados neste prédio bombardeado. Além de outros cadáveres que terminaram de agonizar, consumindo o último respirar do escasso oxigênio. Debaixo de montanhas de escombros, não há saída, nem esperanças vãs. Só o que resta é morrer antes que os ratos comecem a comer a carne ainda viva.

Charles Silva
CharlesSilva
Enviado por CharlesSilva em 16/09/2013
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