de sal e de epifanias
Há mar morando dentro da gente. As lágrimas são feitas de sal, nossas células também, em alguma proporção.
Então, basta chorar ou sangrar para que o oceano nos transborde. Adoro transbordamentos. É como se afogar em epifanias num dia só.
(sim, eu preciso transbordar)
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há ainda um silêncio que se faz no barro ou na lama
da estrada que, por ora, se fecha
no eterno das memórias
que não se esquecem de doer.
há ainda o encontro de duas montanhas
majestosas
à soleira de uma janela
de alma
resto insolúvel da mesma solidão.
Quantas peles novas ainda hei de fazer nascer?
embora não haja mais força que brote de 1`lágrima
porque o úmido dos olhos se disfarçam em choro,
eu recomeço.
Ondulam-se e quebram, para depois retornar. Ir e voltar, ir e voltar, estranha sabedoria.
As palavras que me faltam estão na derme na areia, molhada das ondas que se reservam a alegria de viver prenhas de sua maré.
Quero casar-me com a vida, sentir a alegria da cumplicidade salgada, humedecida de pulsão, e de sal .