O mito e o rito

( In(verso) de soneto)

Vejo no expressar do rito
Na dança, no ritmo e no grito,
O desabafar da alma...

Além, onde vive o mito,
Que repousa em gozo inaudito,
É a morada da calma!

Mas seria mesmo o ritual,
Da dança, do fumo e do canto,
Do sacrifício do pobre animal,
Capaz de criar um encanto?

Oh, mito, de deuses encantados,
Que se metem nas vidas alheias,
Atiçando a pobres, arruinados,
À pratica de ações tão feias!


Essa forma de expressão poética foi criada por Elzio Luz Leal sendo composto de dois tercetos, seguidos por duas quadras, exatamente como um soneto com uma sequência inversa.