Pós-Vida

diante da imensidão vazia

oceânica

imprevisível¨risível da vida a quem dôo

sentido errante

ou mutante

scintillas me agitam

ou arrancam-me de mim

as partes quentes e dolorosas

ao toque

clamando por I´chance

de nomear

resquícios como

sombras

(permanescentes como virgens imortais¨imorais)

mas quero aprender a sonhar com o nada

agora

para quando chegar minha hora

saber que deixarei

as mudanças

mudando

como se a vida de todos os seres

tivessem 1´a pós-vida

ecoando

reversos

a revirar a memória

de quem tocamos

de alguma forma.

não sei o quê escrever quando há

ruptura em veia

reaparecida

são quase-revelações

ínfimas ou desnecessárias

colectivas

de todos em mim.

Não é nada de altivo

ou grandioso

apenas

tentativa vã

que não me acalma

posto que pestanejo diante

da pupila oscilante do mundo

nem mesmo vôo

ou rastejo

a implorar pelo cheiro da terra

úmida

que será meu manto

no instante final.

(pois amo-te

inexistência

cuja pós-vida

entranha-se cade vez mais

estranha

naquilo que sou ou fui

de teu legado

nosso)

remanescer eterna e desde sempre.

serpentear em tempos

ou persistir como tua bela lembrança.

alhures.

setembro 2009