Crise de existência

A vida do cara ‘tava uma merda.

Tudo virado de cabeça para baixo.

Era tanta coisa no lugar errado que o rapaz não sabia nem por onde começar quando tentava por a própria vida em ordem.

O desânimo o consumia. Uma angústia revirava-lhe os interiores.

Quanto tempo aquilo iria durar, ele se perguntava.

Passava dias e noites deitado, com a cabeça embaixo do travesseiro, como se quisesse se esconder do mundo.

Sofria de insônia e escrevia poesia para passar o tempo.

Havia papéis largados por todo quarto.

Livros lidos e relidos, roupas amarrotadas, cartão de banco e garrafas de cerveja.

O rapaz vivia naquela bagunça,

Cada dia acordava um pouco diferente. As vezes quase otimista. Saía de casa e olhava para o mundo como se tudo fosse melhorar a partir dali.

Às vezes, acordava carregado de pessimismo e tardava a levantar-se da cama.

Aquele rapaz amara demais no passado. Naqueles dias, no entanto, não era capaz nem de amar a si mesmo. Ele vivia num vazio. Vazio emocional. Numa crise existencial. Perdido num mar de perguntas sem respostas.

Mas sinceramente, ele não fazia questão de resposta alguma.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 13/05/2013
Reeditado em 13/05/2013
Código do texto: T4287913
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.