A dor de Valdomira.

A vida é cruel, Valdomira,

disse eu à minha amiga, brincando com o apelido.

A coitada sente as coisas como eu sinto,

daí vem nossa empatia.

Mas ela é mulher, o que faz isso um tanto pior,

sem querer ser machista, mas já sendo.

Ela não aprendeu a ser sozinha,

e eu estou aprendendo,

naquele esquema de isolamento e solidão auto inflingida,

tentando conviver comigo mesmo e ignorar o resto.

Vou vendo o seguimento dos dias, misturando Bukowski, Cerveja e Chico Buarque...

Toda noite, compartilho meu progresso com Valdomira,

trocamos nossas queixas e lamúrias...

como se fossemos vítimas de uma enfermidade em comum.

Andamos de Ônibus, ouvimos rádio, vamos a faculdade e conversamos com outras pessoas.

Seguimos com o fingimento, como se tudo estivesse no lugar.

Fingimos cada um a sua maneira...

Ha dias que parece fácil,

e outros dias,

o abismo volta para nos engolir.

Tem dias que nem a cerveja desce

e queremos vomitar.

Eu escrevo e ela chora até dormir.

e assim varamos,

madrugada, atrás de madrugada.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 09/05/2013
Reeditado em 09/05/2013
Código do texto: T4281321
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