Morte e tempo.

Tudo morre.

Tudo morre, fato científico.

Seja de tédio, velhice, ou para dar lugar a coisas novas.

Tudo morre,

Morrem impérios, morrem amores, acordos de não agressão.

Morreram os grandes Césares e Augustos,

morreu o leiteiro,

a viuva lasciva, o cachorro fiel,

Morrem as idéias, morrem os sonhos,

morrem os sóis, as galáxias,

e por certo morrerá nosso universo.

morre o cigarro, na boca do bêbado adormecido

Morreu Cristo,

morreu o verbo que se fez carne.

tentam matar a língua culta,

como mataram o latim, junto com Roma.

Há bárbaros por todo lado,

Átila corre solto pelas ruas,

tudo é morte.

O mundo cheira a morte,

a vida se trata de assassinato.

O novo mata o velho, toma seu lugar, para ser morto logo em seguida,

sem que isso seja algo necessariamente triste.

Conformado, espero minha hora,

sem ambicionar fazer alguma diferença.

é assim que vivo,

matando tempo,

e mais uma garrafa de cerveja.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 07/05/2013
Reeditado em 07/05/2013
Código do texto: T4277947
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