Dizer nada também é dizer tudo
...Após um tempo sem viver a liberdade, sem um título que me venha a cabeça, enquanto penso no que escrevo, vou simplesmente cruzar as palavras e satisfazer minha necessidade de dizer algo.
Vou chamar de "Próxima linha". Portanto, na próxima linha:
Vivente de um mundo que é mundo,
De um conceito que experiencio fechado,
Fadado a dizer o que digo, - repito o mito do ver.
Ante a moral figurada e racional,
- Imortal, tece elementos intuitivos,
Descrito em vícios, outrora são palavras,
Cantada: - É signo, - Alfabeto, - Cultura, - Ilusão!
Tendência estranha que se mete nos meus sentidos;
Agonia certeira que em potencial provém do mal,
Conflito sem lógica, - natural e teológica,
Certeza sem fins, conclusão, precipitação.
Diante do que é, gemo e fingo entender.
Por ser uma lógica, metafísica; Me espanto!
Do prato que é arte encarte da vida,
Saúdo palavras que cantam no eco.
Do átomo, matéria vou no movimento.
Que no vir à ser, sou o que não sei que sou,
Pensando ser alguém sigo rastros do que existe,
Pois no som que persiste a necessidade de dizer; -Vou ser.
E, para não ser o que não quero fazer no instante,
Nego ser virgem por não querer dizer nada, - mas digo.