DE SOSLAIO
Dizem que a raposa é matreira,
Não come gato por lebre, de igual,
De primeira, não sou marinheira.
De soslaio diz que gosta o coração,
Dar-se ares, faz florir, diz, é vital,
Não se macera afeto com ficção.
Por ardil a raposa tem seu dia,
Lancear sentimento é próprio e vil,
Urdir com melúria, as palavras subtil,
De caçar, ao caçador ela faz a alegria.