Univerbum #057: SEM CETRO, SEM LUZ, SEM FULGOR

Univerbum #057: SEM CETRO, SEM LUZ, SEM FULGOR

Cadê' ela?

Seguindo,

Pisando

Sementes,

Matando,

Ceifando,

Abortando

Visões...

Cadê' ela?

Lã vai,

Segundo,

Descendo,

Pensando

Subir,

Matando

Sementes

Pra não

Eclodirem.

Cadê' ela?

Do mal

Serviçal,

Semeando

Cizânias

Aonde?

Alhures...

Cadê' ela?

Sempre indo,

Perseguindo,

Ferindo,

Tolhendo

Sonhos,

Doce azedando.

Em troca?

Só fel.

Cadê' ela?

Descendo,

Afundando,

Pisando

Archotes,

Abafando

luzeiros

Para si

Só brilhar.

Cadê' ela?

Falares

Ventais,

Moinhas

Ao léu,

Dizendo:

"Sou a tal!

Sou mais eu!

Eu sou mais!"

Cadê' ela?

Descendo,

Afundando,

Mas crendo:

"Eu sou mais!"

Mas, será!!!

Não! Sei não!

Talvez seja.. 

Arremedo,

Solitária...

Mas, que otária!

Mais que queira,

Se de gente,

Indigente;

Se poetisa,

Nada visa...

Cadê' ela?

Quem a viu?

Bem-te-vi?

Mal te viu...

Dessa forma

Leva jeito!

Abre o peito!

Te transforma!

Do contrario...

Solitário

Teu porvir,

Pois agora

Nada és.

Se de gente,

Se da escrita...

Nada!

Nada!

Só dublê...

Sem cetro,

Sem luz,

Sem fulgor...

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Texto sem destinário, inspirado em várias figuras que encontrei nesses quase sessenta e dois anos de caminhada.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 23/11/2012
Reeditado em 24/11/2012
Código do texto: T4000537
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