Queiex Esmeraldinus #103:
PERDE O HUMOR, A FLOR, E O AMOR
Formatação: Sextetos compostos
Versometria e cadência: Livres
Rimada : ([6] [4 2] [3 3] [5 1])
Bosco Esmeraldo
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Julho veio, se foi, rápido passou.
Com ele foi-se o frio, infelizmente.
O conforto e o bem-estar, tão de repente,
O aconchego, o agasalho se entocou,
E o que era agradável, que pena, findou,
O tempo mudou pra pior, está mui quente.
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Parece que Astro na esquina espreitava
A soltar seus quentes raios fulgentes,
A aquecer da terra seres carentes
Aquece quem do frio reclamava.
Do gélido mar e o vento inclementes
E no oásis, a gente se deleitava.
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O homem, este ser tão inconformado
Nem sabe o que quer. Vive a reclamar
Do frio ou calor, recorre a clamar.
De barriga cheia, mal humorado,
Sempre quer mais e mais, nunca saciado.
As mágoas brotam, a contaminar,
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Se está frio, do calor tem saudade;
Também lembra do frio, se está calor,
De tudo reclama, esse é seu clamor;
Sempre inconformado, mas que insanidade!
Sem gozar a vida. Que vanidade!
Perde a cor, a flor. Perde o humor e o amor.
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