Prosa Poética #010: ANOTAÇÕES TEMPORAIS
Prosa Poética #010: ANOTAÇÕES TEMPORAIS
A idade vai chegando a conta-gotas,
No princípio é sempre assim.
A gente tem pressa de chegar, sabe-se lá onde...
As gotas aumentam de volume em função do tempo ido,
Temos pressa de chegar, sabe-se lá onde...
Agora é um fluxo acanhado, contínuo...
Mas há pressa de chegar, sabe-se lá, onde...
A memória registra tudo com perfeita precisão...
No terço médio da existência, ainda há pressa...
Mas pra que tanta pressa?
Aonde se quer chegar? Sabe-se lá, onde...
Agora velozmente o tempo não anda, corre...
Corre não, voa! Voa tresloucadamente...
Aonde quer chegar? Quer saber onde?
Prefere-se não saber, porque se sabe onde...
Comunicação, a princípio, de boca em boca,
Logo adiante, de poste em poste, correio postal,
Cavalgando, via trem, “par avion”, correio aéreo...
Logo mais ultrapassado, sem bilhetes, adeus cartas...
E agora, ultrarrápido, light speed, fibra óptica,
Sem mais cartas, sem bilhetes, ora e-mails..,
Electronic mails, correios eletrônicos...
E as cartas? E bilhete? Este agora só lotéricos,
Festivais, futebol, de cinema ou teatro...
Mas que cartas? Que bilhetes? Só e-mails...
Tudo o mais, eletrônico...
Luz veloz, veloz idade, velocidade...
A escrita eletrônica, relegados os bilhetes.
Tudo agora é digital...
Tem até órgãos biônicos...
E bilhetes, cartas, cadernos, nem pensar, só digitais.
Falha o meio, falha o folder, falha tudo. É normal?
Não! Não é. É por demais abnormal!
Escreve-se nisso, nossa preciosa inspiracao.
Pensa e grava. Gravou mesmo, mas o texto escafedeu-se.
Sabe-se lá onde ele foi.
Volto às bases das antigas,
Caderneta, lápis, esfera...
Esferográfica desliza
Sobre a pauta
Desce e escreve,
Mais seguro,
Meio firme.
E o tempo? É arrastão...
Passa veloz, mente nada...
Velozmente sabe-se onde quer chegar
Mas prefere ignorar,
Pois seu ponto de chegada
É o nosso de partida...
Sem querer, não há tempo
De dizer:
Tchau!
Fui!
Prosa Poética #010: ANOTAÇÕES TEMPORAIS
A idade vai chegando a conta-gotas,
No princípio é sempre assim.
A gente tem pressa de chegar, sabe-se lá onde...
As gotas aumentam de volume em função do tempo ido,
Temos pressa de chegar, sabe-se lá onde...
Agora é um fluxo acanhado, contínuo...
Mas há pressa de chegar, sabe-se lá, onde...
A memória registra tudo com perfeita precisão...
No terço médio da existência, ainda há pressa...
Mas pra que tanta pressa?
Aonde se quer chegar? Sabe-se lá, onde...
Agora velozmente o tempo não anda, corre...
Corre não, voa! Voa tresloucadamente...
Aonde quer chegar? Quer saber onde?
Prefere-se não saber, porque se sabe onde...
Comunicação, a princípio, de boca em boca,
Logo adiante, de poste em poste, correio postal,
Cavalgando, via trem, “par avion”, correio aéreo...
Logo mais ultrapassado, sem bilhetes, adeus cartas...
E agora, ultrarrápido, light speed, fibra óptica,
Sem mais cartas, sem bilhetes, ora e-mails..,
Electronic mails, correios eletrônicos...
E as cartas? E bilhete? Este agora só lotéricos,
Festivais, futebol, de cinema ou teatro...
Mas que cartas? Que bilhetes? Só e-mails...
Tudo o mais, eletrônico...
Luz veloz, veloz idade, velocidade...
A escrita eletrônica, relegados os bilhetes.
Tudo agora é digital...
Tem até órgãos biônicos...
E bilhetes, cartas, cadernos, nem pensar, só digitais.
Falha o meio, falha o folder, falha tudo. É normal?
Não! Não é. É por demais abnormal!
Escreve-se nisso, nossa preciosa inspiracao.
Pensa e grava. Gravou mesmo, mas o texto escafedeu-se.
Sabe-se lá onde ele foi.
Volto às bases das antigas,
Caderneta, lápis, esfera...
Esferográfica desliza
Sobre a pauta
Desce e escreve,
Mais seguro,
Meio firme.
E o tempo? É arrastão...
Passa veloz, mente nada...
Velozmente sabe-se onde quer chegar
Mas prefere ignorar,
Pois seu ponto de chegada
É o nosso de partida...
Sem querer, não há tempo
De dizer:
Tchau!
Fui!