Queiex Esmeraldinus #060: SE A LUA FALASSE, O QUE DIRIA?
Queiex Esmeraldinus #060: SE A LUA FALASSE, O QUE DIRIA?
Ritmo: Parnasiano Lapidado
Versomentria: Métrica livre
Rimada: [ABBAAB]-[CDDC DC]-[EFF EEF]-[GHHGGH G]
Bosco Esmeraldo
......
Logo após o crepúsculo lá no horizonte,
Após nascer deslumbrante a Papa-ceia,
Surge rutilante e majestosa toda cheia,
A Lua que desponta a sorrir sobre o monte
Enquanto o sol já declinou em desmonte.
Daí, testemunha tudo o que clareia.
.... ..
Lá da abóboda celeste nada escapa
E, de tudo do que aqui em baixo acontece,
Calma e serena ela vê, registra e não esmaece,
Do melhor ou do pior e não solapa.
E, quando a cor de tudo aqui já fenece
Dá lugar ao tom de prata e a tudo encapa.
... ...
Tudo o que se passa na Terra ao relento,
Qual uma atalaia, cada evento anota
No selênico breviário, cada quota.
Tudo sai registrando em cada momento,
Quer seja gozo, regozijo, choro ou lamento,
Reina lá do plúmbeo mar celeste, Lua Ilhota.
..... .
De tudo o que a Lua vê, sigo pensando,
Lá do alto, nada lhe escapa à revelia,
Quer momentos de tristeza ou de alegria,
Tudo vê e tudo escuta, vai anotando,
Cada dado, nas crateras computando.
E eu penso: SE A LUA FALASSE, O QUE DIRIA?