Queiex Esmeraldinus #045: AO SABOR DAS ONDAS
Queiex Esmeraldinus #045: AO SABOR DAS ONDAS
Estrofação: ([6]-[4.2]-[3.3]-[5.1]
Versometria: Decassílabos
Rimada: ABBAAB CDDC DC EFG GFE HIHIH I
Ao ritmo Parnasiano
BOSCO ESMERALDO
(Republicado a pedido)
......
As marés, alta e baixa, já se alternam
Ao bel-prazer da Lua que as atrai,
Pelo bailar da brisa que vem e vai,
Mas só na morta é que marés descansam,
Beijando as praias, disso, não se cansam
Quando a saudade, aos poucos, se me esvai.
.... ..
Num apaixonado beijo, volve à praia,
Nesse minueto, o vai e vem dessas vagas,
A transbordar paixão, no peito alagas,
E n'alma surge o amor, tal qual luz, raia.
E nesse amor-paixão que tanto afagas,
Que, de repente, aflora, explode e espraia
... ...
Na vida, fases nós também passamos
Quais as marés e tanto quanto à lua,
A qual do nada cresce e enche e míngua.
Como o sabor e a fala estão na língua,
Prefere-se a verdade nua e crua:
Sofisma ou fingimento?... Não vivamos.
..... .
E assim, em altos e baixos, vivemos,
Que se revezam alternadamente;
É assim que, entre um e outro, aprendemos
Nada de fato é uno ou permanente,
De um jeito ou d'outro vamos, sim, vivendo.
Cristo no barco, é vida plenamente.
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Inspirado no Poetrix de Ana Flor do Lácio COLHENDO MARÉS [http://www.recantodasletras.com.br/poetrix/3675964], enquanto lá comentava.
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