Queiex Esmeraldinus #043: DA XEPA PRA A MESA, DA MESA PRO LIXÃO
Queiex Esmeraldinus #043: DA XEPA PRA A MESA, DA MESA PRO LIXÃO
Estrofação: ([6]-[4.2]-[3.3]-[5.1]
Versometria: Decassílabos
Rimada: ABBAAB CDDC DC EFG GFE HIHIH I
Ao ritmo Parnasiano
BOSCO ESMERALDO
Quem nunca foi fazer compras na feira?
Quem nunca, depois desta foi à xepa?
Não torça a boca nem faça careta;
Não há mal algum, nisso ser vezeira;
Por só comprar artigo de primeira;
Tu te repugnas e fazes careta.
Podemos lá até achar coisas boas,
Talvez no limite da validade;
Quem sabe, prestando só a metade;
Talvez tua ida não foi tão à toa.
Da Xepa à mesa, dali pro lixão;
Pouco se aproveita, que veleidade.
Não faças de xepa o teu relicário;
Nunca ponhas lá coisas a mofar;
Mas detém se tem real valor.
O que parece o bem, é desvalor;
Nem sempre é, e quer nos engodar;
Repleta de bem teu 'relipoetário'.
Podemos escolher no que pensar;
Pra nós, é privilégio, é dom divino,
No tesouro mental é bom guardar
somente aquilo que traz bom ensino;
Pra que depois não venhas lamentar
De um tenebroso e nefasto destino.
Com razão, é o coração que vai te guiar.
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"O que contamina o homem não é o que lhe entra à boca, mas o que, através dela, provém do coração. (Paráfrase em Mateus 15:11).
"O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem" (Mateus 15:11).
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Relicário - estojo onde se guardam as relíquias.
Relipoetário - licença poética para designar um relicário onde se guardam preciosas poesias.