Extrato da Capo Garimpado #040: ENQUANTO EU PUDER RESPIRAR
Na formatação sonetoide assimétrico
Ao ritmo parnasiano.
Bosco Esmeraldo
No nascimento, uma palmadinha nas costas
E a respirar, inspira - expira,
E a pele transpira, respira.
E nessa sucessão, vive e cresce a criancinha.
A vida é a seqüência do respirar, "gota a gota";
E enquanto há vida tem que haver respiração,
Pois, se desta, se interrompe a sucessão,
Se faz morte, porque a vida assim se esgota.
Posso então dizer que a vida é o somatório
Dos intervalos entre a inspiração e a expiração,
Sendo a morte o cessar da respiração.
Porque, enquanto a inspiração suceder a expiração,
Estamos vivos se se mantiver a respiração,
Porque sem esta, mortos somos, é bem notório.