Extrato da Capo Garimpado #015: UM PARTO MUITO DIFÍCIL, FILHO QUE MUITO ME APRAZ - Diário de um desmemoriado

BOSCO ESMERALDO

Ao Ritmo Hexagonal

Que pena eu não tenho memoria recente;

Com tanto pra aprender, tanto por fazer;

Com tanto pra sonhar, com tanto a perfazer!

Quando turbilhões de ideias me invadem a mente;

Mas, infelizmente, esqueço tão facilmente!

Tudo enfim me dispersa, preciso me refazer.

Muitas coisas já perdi de registrar, resguardar

Sem ter com que escrevesse pra que eu não esquecesse.

Perdi tudo, escapou-me, sem mesmo poder guardar,

Como se assim, de repente, sem luz tudo escurecesse

Tudo em branco, tudo escuro, sem nada pra recordar.

Nem sempre posso guardar, pra lembrar o desmemoriado.

Tantos lances, quantas coisas, uma ideia atrás da outra,

Vou surfando nas imagens, cada qual melhor que a outra,

Mas tudo posso guardar, tendo o meio apropriado,

Com o meio necessário, papel, virtual,

Registro o capo verso que puxa os demais

Que até o mais antigo parece tão atual.

Um parto difícil, filho que apraz.

Depois que está pronto, de modo cabal,

Vem nova ideia, quero fazer mais.

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Um devaneio, tentando entender o dia a dia de um pré-desmemoriado.

Não ligar o poema ao autor.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 11/03/2012
Reeditado em 11/03/2012
Código do texto: T3547524
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