Decatos Tetraectos #032: EM NOME DAS BRASILEIRAS
Toda mulher brasileira
É honesta, é decente.
Certa TV indecente
É contumaz, é vezeira.
Não posso de camarote
Assistir e me calar,
E a emissora a propalar
Difamação em magote
De folhetins, à folote*,
Contra a rainha do lar.
Não posso ficar calado
A "G-lobo" se degrada,
Em lama atola, desagrada,
Apela por todo lado.
A minha mãe, Deus a tenha,
Filha, netas, minhas noras,
Minha sogra a quaisquer horas,
São honradas e, convenha,
A TV pra que obtenha
IBOPE, honra em penhoras.
De há muito tempo se escracha
Nos mais sórdidos apelos,
À família, sem desvelos,
Rebaixando-a a mera caxa*.
A esse esgoto mental
Aberto em plena sala,
Esse mal que a nós entala
Deve ter ponto final,
E "desliga", afinal,
O canal que o mal se cala.
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(*) A folote = em incontável quantidade.
(*) Significado de Caxa
f.
Moéda de deminuto valor, na Índia e noutras partes do Oriente.
(Do tamul kásu)
P. Ext. Algo de irrisório valor.