Decatos Tetraectos #023: Polimento das Alianças
Comprei a primeira aliança
De vinte e quatro quilates,
Pra firmar, sem rebates;
Sinal de nossa confiança.
Num descuido fui roubado,
E outra vez me sucedeu,
O mesmo fim se me deu,
Novo anel que foi comprado,
Pela criada roubado.
Como isso me doeu.
Pra minha amada falei:
Chega de assim ser lesado,
Não quero ser afanado,
Pois escaldado fiquei.
Novos anéis adquiri
De latão, bijuteria,
De ouro até parecia,
Mas eu assim preferi.
Cuidado de mim requiri,
Coisa melhor não se via.
Só tenho que estar polindo,
Cuidando diariamente,
Pra realçar puramente
O que, de fato, sentindo.
Mas isso é pra nos lembrar
Que em toda relação
Tem que haver manutenção,
E o tempo vai nos cobrar,
Vamos ter que desdobrar,
Se quisermos correção.
Assim, prefiro missangas
Porque as tenho que polir;
Lembram, devemos brunhir,
Do casamento, as zangas.
Quebre-se qualquer rotina
Sigam, se der, sem lamento,
Sem mágoa e/ou sem tormento;
Um bom porvir descortina,
O amor descontamina.
Tenham um Feliz casamento!