Decatos Tetraectos #022: SER BARRADO NA ENTRADA...
No ritmo cordelístico
Rimada: ABBA CDDCCD
Nada é mais desagradável
Que na entrada ser barrado,
Mesmo sendo convidado,
Atitude deplorável.
Aconteceu certo dia
Um grande mal entendido,
Convidado e convencido,
Talvez ir não deveria,
Vexame eu não passaria,
Se eu nunca tivesse ido.
Talvez ficasse chateada
Seu eu brilhasse pela ausência.
Diriam: “Lhe faltou decência”
Sem sentir-se respeitada.
Porém ali, mal encarado,
Como eu me sentiria
Lá naquela portaria
Com a porta bem travada,
Entrada não autorizada?
Proscrito fui, quem diria?
Procurei explicação
Do fato de assim ser tratado,
Fato a mim inusitado.
Que grande decepção!
Só o silêncio recebi,
Nada a mais além que isso.
Sangue ardeu em meu toitiço,
Mal que nunca recebi;
Cá, no peito, percebi
Grande pranto em reboliço.
A Deus fui-me então queixar
Daquela vil recepção,
Tamanha decepção:
Por que eu sofrer foi deixar?
Como fiquei abismado
Ao ver que foi lá na cruz
Que deu Seu Filho Jesus,
Provando ter-nos amado!
Como Ele foi rejeitado
Sendo Ele do mundo a Luz!
Mas que isso fui rejeitado
Pelos Meus e pelo mundo;
Foi o sofrer mais profundo
Só por tê-los muito amado.
A todos que a Mim recebem
Lhes rejeito o seu rancor;
Removo de si toda a dor;
Muitos deles nem percebem,
Por isso nunca recebem
A vida, a paz, meu Amor.
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Apenas uma divagação do imaginário poético, tentando entender a situação fictícia, como a tivesse vivido.