Decatos Tetraectos #013: QUALQUER UM, UM DIA, CHEGA À IDADE DO ESQUECI

Rimada ABBA CDDCCD

Decatos tetraectos (quartetos e sextetos intercalados)

Quando era menino eu tinha

Uma memória fotográfica,

Uma dádiva holográfica

Para a satisfação minha.

Uma lírica e bela prosa,

Um texto bem elaborado,

Estiloso, requintado

De uma mente prodigiosa,

De se ler é bem gostosa,

Poema bem trabalhado.

A gente chega a certo ponto

Que pensa bem ser o tal.

Que nada nunca faz mal.

Sai na boa, em contraponto.

Mas, muitos de nós não investem.

Em saúde, a longo prazo.

Nem a médio (que descaso!),

De desculpas se revestem,

No final, do mal se vestem,

Vão-se afogando no raso.

Tenho estado um tanto ausente,

Meditando, refletindo,

Em tudo que estou sentindo,

No pensamento presente.

Um balanço tenho feito

Do que já fiz, o que presta,

Desgastando alguma aresta,,

Perfazendo com efeito,

Se fiz bemfeito ou malfeito,

No saldo que ainda me resta.

A fase do esquecimento

Pegou-me assim, de surpresa,

A esquecer, mente presa,

É da vida o cumprimento.

A gente se sente pega.

De repente, envelheci

Custou, mas reconheci

Essa pegadinha grega,

Qualquer um, um dia, chega

À idade do esqueci.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 24/11/2011
Reeditado em 23/01/2013
Código do texto: T3354751
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